O Processo de aprendizagem de língua inglesa retratado em narrativas de crianças e adolescentes camponeses

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA RETRATADO EM NARRATIVAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CAMPONESES: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL RURAL TAYLOR EGÍDIO

FANNIE SAMPAIO PEREIRA NOVAIS

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Resumo

Há intensa produção acadêmica (ARROYO, 2004; SOARES, 1993; LEITE; 1999) que denuncia o descaso histórico das políticas públicas educacionais quanto à educação das classes excluídas cultural, social, econômica e linguisticamente, sobretudo, da classe rural. A referida denúncia não contempla o descaso quanto aos processos de ensino e de aprendizagem de uma segunda língua (inglês) para camponeses. Acreditamos que este vazio se deva ao desprestígio cultural, social e lingüístico que o camponês sofre. Compreendemos que o processo de aprendizagem do sujeito camponês pode ser melhor conhecido se forem tomadas as suas narrativas de aprendizagem como objeto de análise, uma vez que estas fornecem dados de cunho social, cognitivo, afetivo etc. Este estudo teve como objetivo geral analisar as vantagens e desvantagens do processo de aprendizagem da língua Inglesa por alunos da 5ª série de uma escola rural por meio de suas narrativas de aprendizagem e fez a seguinte reflexão: que compreensões subjazem às experiências dos alunos do campo em relação a relevância da aprendizagem da língua inglesa para o contexto em que estão inseridos? Que fatores se constituem como vantagens e desvantagens do processo de aprendizagem da língua inglesa em suas narrativas? Em que sentido a escrita das histórias de aprendizagem beneficiam o sujeito aprendiz e o seu processo de aprendizagem da língua alvo?A metodologia de trabalho constou das seguintes etapas: coleta de narrativas, levantamento e análise de dados e descrição dos aspectos que foram possíveis observar a partir do contato com esses relatos de aprendizagem. O método narrativo tem sido amplamente utilizado nas Ciências Humanas e vem se firmando no campo desde a década de 80 (CATANI et al, 1997) por considerar como um de seus instrumentos de pesquisa a subjetividade humana, uma vez que esta é capaz de revelar inúmeros aspectos de suas vivências. As narrativas são, ao mesmo tempo, de caráter individual e coletivo, uma vez que revelam traços do sujeito que a elabora concomitantemente aos aspectos sociais que lhes configuram como um todo repleto de significação. Assim, “na pesquisa com base em narrativas, o narrador tem um papel fundamental, e esse papel jamais pode ser desprezado ou marginalizado.” (RAJAGOPALAN in Lima, 2010, p. 17) Além da coleta dos relatos de aprendizagem, foram feitas gravações de entrevistas semiestruturadas (TRIVIÑOS, 1987) com os sujeitos pesquisados a fim de completar os dados e as informações com as narrativas de aprendizagem dos mesmos. Almejamos que esse trabalho de rememoração e narrativa de suas histórias de vida propicie um rico material para estudos futuros, que contribua na busca de uma compreensão da experiência de aprendizagem por crianças camponesas e que suscite iniciativas de instituições educacionais e/ou individuais para que não mais seja negado ao sujeito campestre o acesso a uma segunda língua a qual permite outros olhares, para além daqueles que a língua materna já pode oferecer. O olhar mais amplo liberta e autoriza ao sujeito o protagonismo de sua história e possibilita o diálogo entre culturas. Dentre outros, a base epistemológica se ampara em Arroyo (2004), Barcelos (1995), Catani (1997), Leite (1999); Lima (2009, 2010, 2011), Paiva (2005), Pavlenko (2002), Rajagopalan (2005), Siqueira (2005), Soares (1993), Triviños, (1987) entre outros.

Palavras – chave: Aprendizagem de Língua Inglesa. Ensino fundamental. Narrativas. Estudante rural.

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